Marcus, idealizador da marca DEPEDRO, conta um pouco sobre a sua experiência no empreendedorismo de moda. Pensa em construir a sua marca? Confira no texto algumas dicas e primeiros passos!
Abrir um negócio no ramo da moda é o sonho de muitos. Porém, empreender nesse setor não é uma tarefa fácil e requer muito planejamento. O primeiro passo é identificar uma oportunidade de negócio viável, seguido pela elaboração de um plano de negócios e o compromisso de buscar constante especialização para manter seu empreendimento prosperando.
Neste texto, vamos te dar algumas dicas para ajudá-lo a construir seu próprio negócio de moda do zero. Para isso, contamos com a ajuda de Marcus Figueirêdo, o idealizador por trás da marca DEPEDRO. Fundada em 2017, a DEPEDRO conquistou reconhecimento ao desfilar no São Paulo Fashion Week, o maior evento de moda do país.
“Todo grande negócio nasce de uma dor ou de alguma falta no mercado. Outra possibilidade de surgimento de um negócio é algo que já existe de uma forma melhorada. Então, são dois caminhos. ou você surge com algo que é para sanar uma deficiência ou você pega um produto ou serviço e melhora ele em níveis muito mais satisfatórios.
No meu caso, eu comecei com a brand persona. Eu queria uma moda LGBTQIA+ que espelhasse meu público, meu gosto, que fosse mais livre e comunicasse mais a diversidade. Então, a minha dor que deu origem a DEPEDRO foi que nenhuma marca tinha isso. Os homens da minha cidade se vestiam todos de preto. A minha dor foi não me sentir representado. Trouxemos uma moda mais colorida, mais atual, com narrativa, com storytelling para o mercado masculino.
E eu digo que todo grande projeto de moda surge para alguém. O produto é feito para atender alguém, ou esse alguém é você ou alguém que você visualiza. Então, na hora que você tem essa concepção, você encontrou o seu público-alvo.
Lembrando que esse público-alvo pode ser mutável. A marca amadurece junto com a gente que é criador. Eu criei a marca com 25 anos de idade, era uma marca jovem, alegre e colorida. Hoje tenho mais de 30 anos, então a marca vai crescendo junto e o público vai acompanhando essa trajetória.
É imprescindível saber qual o público-alvo para comunicar, para entender o produto, preço, markup, praça, entre outros.”
“Eu lancei a DEPEDRO com mil reais, um celular e o Instagram. Eu vendia tudo da sala da minha casa. Fui em uma loja de tecidos, escolhi os tecidos, começamos a vender e hoje estamos no São Paulo Fashion Week e capa Vogue, mas o Marketing Digital foi o que nos projetou.
Nós tivemos a sorte de nos primeiros 3 anos de marca, o Instagram não cobrava tráfego pago, então era um universo desconhecido. Você publicava, o post viralizava, a plataforma entregava o conteúdo. E cada vez mais fomos entendendo o mercado digital. Hoje temos uma agência dedicada para a área e um vendedor exclusivo para o digital. Temos um gestor de tráfego que cuida das contas digitais, um sistema de CRM e conversão de marketing que analisa a jornada do cliente. Tudo isso é a experiência digital que não anula a experiência física, porém, são duas experiências completamente divergentes”.
“Hoje temos uma loja física em Natal, que é o nosso HUB e fazemos B2B. Atualmente, estamos com seis lojas que vendem DEPEDRO espalhadas pelo Brasil. A venda física é aquele cliente que quer tocar e provar o produto. Isso faz com que ele tenha outra experiência, ele sente o cheiro da marca, ele sente o toque... A venda física é muito sensorial, mas ela é uma consequência.
Eu indico que você faça primeiro o digital, cresça no digital, coloque um preço razoável para que o cliente conheça o produto e, depois, você migra para a venda física. A venda física é muito cara, então o digital acaba sendo mais vantajoso para o início”.
“Até as pessoas acreditarem que ia dar certo, foi solitário. Eu passei 3 anos sozinho nessa jornada. Em 6 anos de marca, 3 eu trilhei sozinho. Depois, minha irmã acreditou no projeto e veio trabalhar comigo.
Aos poucos começamos a ter mais autoridade e chegaram parceiros. Estamos a dois anos com a Círculo. Mas, até que você prove que o seu projeto é interessante e inovador, o caminho é solitário, sim”.
“Minha grande referência sempre foi a minha mãe. Ela gosta muito de moda e minha vó era costureira e bordadeira. Desde pequeno, tive muito acesso a esse mundo. Então, a minha referência principal são elas.
Eu também trago nas minhas coleções as coisas que vivo, a vida no sertão, o mar. A nossa loja, por exemplo, está 5 minutos de distância do mar. A narrativa de sertão e o pertencimento do nordeste, que agora saiu de uma zona de preconceito para uma zona de protagonismo. Preciso levantar a bandeira e mostrar que aqui não é só pobreza, temos muita cultura. O São João, por exemplo, é uma das maiores festas do Brasil e ela é nossa, temos uma cultura muito forte aqui”.
“Para a gente do Nordeste, é surreal! Somos a única marca do Rio Grande do Norte presente no SPFW e estar lá é uma vitrine para o mundo, sem dúvida nenhuma. Então, quando pensamos aqui em um produto, feito manualmente pelas nossas artesãs, e colocamos em uma passarela lá, sentimos muito orgulho da trajetória. Conseguimos ver que não é fácil, mas vale a pena. Eu fico muito feliz, claro, mas as artesãs ficam tão felizes quanto eu, porque, em um produto, existe muitas mãos. O suor e a história de todas elas está presente na peça.
Cada peça da marca é carregada de afeto e de história, são muitos processos para dar vida a uma peça, é tudo manual, mostramos o processo, mostramos as artesãs fazendo crochê, então, para a gente, é uma felicidade enorme”.
“Queria que as pessoas tivessem me falado que ia ter uma pandemia no meio, porque mudou completamente a forma de fazer negócio e de entender o mercado. Foram dois anos trancados. Outra coisa que eu gostaria que tivessem me dito é que realmente não seria fácil”.
“Buscar se profissionalizar e entender, pelo menos um pouco, de marketing digital. É preciso correr atrás para aprender sobre as plataformas usadas hoje em dia. A minha dica são os cursos on-line, o YouTube, por exemplo, é uma rede inesgotável de informações.
Não se frustrem! Cada dia é um aprendizado e não sabemos de tudo. E não desista! Empreender é ser resiliente, é dar um passo de cada vez, um dia de cada vez, melhorar aos poucos cada processo e produto.
A Círculo dá muito apoio para quem quer, tem o site, materiais, conteúdo produzido, receitas... Eu não tinha receita de nada, não sabia absolutamente nada. Precisamos pegar o que temos e maximizar esse conhecimento. Não tem desculpa para não fazer, é só começar. O trabalho manual não vai sair de moda, ele só cresce”.
Tão importante quanto o seu negócio, são os seus produtos! Por isso, invista em materiais de qualidade para confeccioná-los e tirar de vez o seu negócio do papel!
Você encontra nossos materiais, que vão desde as melhores linhas a acessórios indispensáveis, nos melhores armarinhos e lojas on-line do Brasil!
Agora que você já recebeu as dicas, chegou a hora de soltar a imaginação e criar peças tão lindas quanto a sua vontade de agradar o seu público!
E não se esqueça: compartilhe o resultado de tudo com a gente nas redes sociais!
É muito fácil! Você só precisa publicar suas fotos no Facebook ou no Instagram e em seguida marcar a #semprecirculo. Assim, nós conseguimos acompanhar de pertinho tudo o que você faz!
Até a próxima!
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