Um guia para novos artesãos tomarem seu espaço e empreenderem com sucesso.
Entrar no mundo das feiras de artesanato pode parecer como montar um quebra-cabeça colorido: cheio de detalhes, exigindo organização, mas com uma recompensa linda no final. Neste artigo, vou te dar dicas atualizadas, dados reais do Brasil e um passo a passo para você, artesã ou artesão de tricô, crochê ou qualquer arte manual, brilhar nos eventos. Vamos nessa?
As feiras permitem venda presencial imediata – nada como ver o cliente pegar, provar, sentir textura ou cor. Isso fideliza e gera boca a boca. Além disso, você estar presencialmente com seu cliente te ajuda a desenvolver mais ideias, tirar dúvidas e entender bem de perto seu público alvo.
Você testa preço, apresentação, modelo de produto — aquilo que funciona ou não pode surgir ali mesmo. Infelizmente às vezes a gente vê peças e produtos na internet que estão um pouco longe da nossa realidade, então ouvir seus clientes pode ajudar muito a alinhar suas criações com um público e uma demanda real e imediata.
Networking: conhecer outros artesãos, fornecedores, organizadores, pode abrir portas para parcerias ou até convites para eventos maiores. Estar neste universo é a melhor forma de manter-se informado sobre ele.
Movimento econômico real: sabia que a 42ª Expoargs movimentou mais de R$ 2 milhões em vendas, com mais de 25 mil itens entre 189 artesãos e estandes distribuídos por 56 municípios? E não foi apenas lá, uma feira de artesanato em São Paulo estimou cerca de 100 mil visitantes em um dos eventos recentes. Há várias grandes feiras no calendário nacional como por exemplo a Fenearte, entre outras, que continuam sendo referência nacional.
O Programa de Artesanato Brasileiro (PAB) realiza feiras em nível nacional, valorizando a cultura regional e capacitando artesãos para competir de forma mais profissional. O legal deste programa é que muitas mulheres (que representam cerca de 80% dos artesãos cadastrados no PAB) podem ver seus trabalhos ganharem o mundo e podem ver seus negócios crescerem e se tornarem uma fonte de renda real. A diversidade étnica também é expressiva: mais da metade se identifica como parda; muitos artesãos indígenas atuam no setor, ou seja, é um espaço diverso, aberto para todos.
Levante as feiras da sua região (municípios próximos, estado). Veja o calendário nacional também para feiras maiores que valem o investimento. Vá como visitante antes, para sentir o público, o fluxo, o tipo de ambiente. Não sabe por onde começar? Eu separei aqui alguns sites para te ajudar:
WR São Paulo – Calendário de Feiras (São Paulo, SP)
Site da promotora WR, com calendário de feiras e eventos como Mega Artesanal, Artesanal Sul etc. WR São Paulo
Mega Artesanal (São Paulo, SP)
O site oficial da Mega Artesanal traz informações de datas, expositores e cursos. São Paulo Expo
Portal do Artesanato da Bahia – Feira Artesanato da Bahia / Feira do MAM (Salvador, BA)
Informações sobre feiras locais, como a Feira de Artesanato da Bahia no MAM, agenda etc. Pelourinho Dia e Noite
Setre – Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia
Notícias e divulgação de feiras e eventos de artesanato no estado, incluindo Salvador. Brazilian Government
CRAB / Sebrae – Guia das Maiores Feiras de Artesanato no Brasil
Um guia nacional com feiras que acontecem em diversas capitais, boas para levantar onde estar no calendário. Crab Sebrae
WR São Paulo – Artesanal Sul (Porto Alegre, RS)
Site oficial da feira Artesanal Sul, com local, data e regras de expositores. WR São Paulo
Fenearte (Feira Nacional de Negócios do Artesanato, Olinda, PE)
Editais e notícias relativas à Fenearte, um dos maiores eventos artesanais do Nordeste. Secretaria da Receita Federal do Brasil
Salão do Artesanato – Raízes Brasileiras (Brasília / São Paulo)
Editais estaduais ou federais para participação nessa feira-grande que circula ou centraliza em algumas capitais. Artesanato de Pernambuco
Feira Nacional do Artesanato e Flores (Distrito Federal, Brasília, DF)
Evento com participação de produtores locais, artesãos, flores e plantas, geralmente ao ar livre ou espaços públicos em Brasília. Agência Brasília
Exposam – Feira de Artesanato de Samambaia (Brasília, DF)
Feira local de Samambaia que mantém site ou rede social com programação, expositores, etc. Agência Brasília
Busque conhecer o que vendem ali. Peças feitas à mão, presentes, decoração, moda artesanal etc. Se for algo muito especializado, avalie se o evento atrai esse público. Levante também o custo de aluguel de estande, taxas, comissões sobre vendas, transporte, hospedagem, alimentação. Tenha um orçamento realista e atualizado de tudo. Outro ponto que você também precisa conferir é a Infraestrutura do lugar como luz, segurança, cobertura em caso de chuva/sol forte, mesas, suportes, tomadas e acesso.
No começo é interessante você ter uma variedade de preços. Tenha peças de entrada (mais baratas) e algumas mais trabalhadas e com valores mais elevados. Nem sempre “quanto mais melhor” — o ideal é ter variedade, mas também manter a qualidade. Vale a pena investir em embalagens, etiquetas, material de divulgação (cartões, folhetos, redes sociais) prontos para não ser pega desprevenida na hora da venda.
Aposte em um visual atraente. Valore a disposição das peças pensando na visibilidade, ordem, cores, alturas diferentes. Na internet você pode ver outros comerciantes fazendo esse tipo de disposição para se inspirar. Deixe aqui aparecer a sua identidade visual, mais do que “o que você vende”, é também “quem você é” — a marca, estilo, estética, use cores que você gosta para manter uma estética característica. Cuide da beleza do local: iluminação, decoração, elementos marcantes (e únicos).
Seja acessível, amigável, conte um pouco sobre seu processo, pois isso cria valor agregado. Demonstrações ou mostra de trabalho em andamento (se for viável) atraem olhares curiosos. Tenha cartões de visita, redes sociais, embalagem caprichada, talvez um brinde ou algo que faça o cliente lembrar de você. Isso cativa e quem não gosta?
Use redes sociais, poste que você vai participar, mostre bastidores, o que levará de novidade. Convide clientes antigos, amigos, familiares. Aproveite a divulgação da própria feira: participe das mídias da organização, colabore com publicações, fotos. Ou seja, use e abuse das redes sociais para que o evento seja descoberto por mais pessoas.
Na hora de colocar seus trabalhos no carro, estude um transporte seguro dos produtos, cuidado com amassados ou danos. Assim seus itens não ficarão sujos, amassados ou quebrados no transporte.
Tenha sistema de pagamento eficiente: dinheiro, cartão, Pix ou alguma forma de pagamento digital. As famosas plaquinhas de acrílico com seu QR Code de pagamento ajuda muito para você receber de forma simples e rápida.
Verifique se precisa de licença ou registro (MEI, alvarás, nota fiscal, dependendo do local) para não ter dor de cabeça.
Analise o que vendeu bem e o que ficou parado. Faça um balanço de custos vs retorno (vendas + visibilidade). Pergunte feedbacks a clientes e outros expositores. Use esse aprendizado para ajustar seu mix, preços e estratégias para a próxima feira.
Erros comuns que você deve evitar incluem levar poucas peças ou apostar em excesso em um único modelo que pode não agradar o público, negligenciar a apresentação ou identidade visual do estande — já que uma bancada “sem vida” afasta visitantes —, não se organizar com dinheiro, troco, embalagens e etiquetas, o que transmite desorganização e falta de credibilidade, além de calcular mal os custos indiretos como deslocamento, alimentação e hospedagem, acreditando que tudo será lucro. Outro erro frequente é deixar de promover sua participação, confiando apenas na divulgação feita pela própria feira.
Participar de feiras e eventos de artesanato é muito mais do que montar uma barraca ou um stand: é levar sua arte ao mundo, aprender com cada interação, testar suas ideias e construir sua marca. Se você trabalha com tricô, crochê ou qualquer técnica manual, esse tipo de participação pode ser decisiva para crescer — seja financeiramente, criativamente ou em visibilidade. Com planejamento, identidade forte, produtos bem apresentados e um atendimento carinhoso, você vai transformar cada feira em uma vitrine de sucesso. E lembre: cada feira tem sua particularidade, cada público sua expectativa — ajuste, aprenda, melhore. Com persistência, sua arte vai ocupar o espaço que merece.
Este post foi escrito por mim, Day Vaz do site Eu Amo Tricô. Sou apaixonada por tricô e há vários anos compartilho receitas, dicas, aulas e um pouco do dia a dia do meu ateliê nas redes sociais. Venha tricotar comigo no site www.euamotrico.com.br ou me acompanhe no Instagram @blogbyday. Não esqueça de marcar suas criações com #semprecirculo e #blogbyday — vou adorar ver o que você anda tricotando por aí!
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