Dicas valiosas para valorizar seu trabalho artesanal!
Ao entrar no mercado do handmade, é comum que os artesãos enfrentem dúvidas sobre como precificar seus produtos. Questões como “Quanto vale a hora de trabalho?”, “Qual é o valor ideal que devo ganhar por mês com a venda de artesanato?” e “Como calcular o preço das minhas peças?” são inevitáveis, especialmente em um setor tão competitivo.
O valor de um trabalho artesanal não deve ser determinado de maneira aleatória ou apenas baseado na disposição do cliente em pagar. Muitos artesãos utilizam os preços de concorrentes como referência ou multiplicam os custos por três — uma prática que visa garantir margem de lucro, mas que pode levar a preços imprecisos e insustentáveis se não considerar custos fixos, variáveis e a percepção de valor do mercado.
A prática de multiplicar os custos por três para determinar o preço de venda é baseada na ideia de que o preço final deve refletir não apenas o custo dos materiais e da produção, mas também englobar margem de lucro e cobrir outros custos indiretos que não são imediatamente evidentes. Essa abordagem, no entanto, pode ser problemática por várias razões:
Margem de lucro: o critério de multiplicar por três surgiu como uma forma simplificada de garantir uma margem de lucro significativa. A lógica por trás disso é que, ao definir o preço em três vezes o custo, o artesão estaria cobrindo não apenas os custos diretos de produção (materiais e mão de obra), mas também outros custos operacionais, como marketing e vendas. No entanto, essa margem não é uma regra universal e pode não refletir a realidade de todos os negócios.
Custo fixo e variável: o método geralmente desconsidera a importância de calcular separadamente os custos fixos (como aluguel e contas) e variáveis (como matéria-prima e insumos). Esses custos são essenciais para uma compreensão precisa de quanto deve ser cobrado por cada produto.
Mercado e percepção de valor: multiplicar os custos por três não considera o valor percebido pelo cliente. Um produto pode ser mais valioso para certos públicos, dependendo de fatores como exclusividade, qualidade dos materiais ou a reputação do artesão. Assim, um produto pode ser vendido a um preço mais alto se tiver um valor percebido correspondente.
Por exemplo, suponha que um artesão crie um acessório de moda cujo custo total de produção (materiais e tempo) seja R$ 20,00. Usando o método de multiplicação por três, o preço de venda seria de R$ 60,00. Porém, se o mercado está praticando preços em torno de R$ 40,00 por produtos semelhantes, essa abordagem pode resultar em perda de vendas.
Por outro lado, ao avaliar a competição e a percepção de valor, o artesão pode determinar que um preço de R$ 40,00 não só cobre seus custos, mas também se alinha melhor com o que os consumidores estão dispostos a pagar, além de garantir uma margem de lucro sustentável.
Então, em vez de adotar a regra simples de multiplicar por três, os artesãos devem buscar uma compreensão mais aprofundada de seus custos, o mercado e o valor que seu produto oferece ao cliente. Uma abordagem de precificação mais estratégica pode resultar em preços mais justos, competitivos e sustentáveis, garantindo assim a viabilidade do negócio a longo prazo.
Para começar, reflita sobre quanto você gostaria de ganhar por mês. Por exemplo, se seu objetivo é um salário de R$ 1.500,00 mensais e você trabalha 6 horas por dia, 5 dias por semana, você pode calcular seu valor/hora da seguinte forma:
Total de horas trabalhadas por mês:
6 horas/dia x 5 dias/semana = 30 horas/semana
30 horas x 4,3 semanas/mês ≈ 130 horas/mês
Cálculo do valor/hora:
R$ 1.500,00 ÷ 130 horas ≈ R$ 11,53
Assim, seu valor/hora é aproximadamente R$ 11,53.
Agora que você tem o valor da sua hora, vamos calcular o custo do seu produto. Por exemplo, se você deseja fazer um sapatinho de bebê de crochê e comprou 2 novelos de Anne 65 a R$ 3,00 cada, totalizando R$ 6,00 em materiais, e levou 2 horas para produzir o sapatinho, seu custo será:
2 horas x R$ 11,53 (valor/hora) + R$ 6,00 (custo do material) = R$ 29,06
Agora, adicione sua margem de lucro. Se você optar por uma margem de 20%:
R$ 29,06 x 20% = R$ 5,81
R$ 29,06 + R$ 5,81 = R$ 34,87
Para atingir seu salário de R$ 1.500,00, você precisará produzir cerca de 44 sapatinhos por mês, ou aproximadamente 10 por semana.
Custos fixos: esses são os custos que você terá independentemente da quantidade produzida, como aluguel, internet e contas de energia.
Custos variáveis: relacionam-se ao volume de produção e incluem matérias-primas, insumos e embalagens. Por exemplo, se você compra embalagens específicas para suas peças, esse custo deve ser contabilizado na precificação.
Avaliar a concorrência é essencial, mas lembre-se de que preços mais baixos podem ser resultado de estratégias como produção em massa ou uso de materiais de menor qualidade. Não se sinta pressionado a reduzir seus preços, especialmente se você agrega valor ao seu produto.
A chave para uma boa precificação está em agregar valor. Aqui estão algumas sugestões:
Utilize materiais de qualidade: se você usa linhas ou tecidos de alta qualidade, isso deve ser destacado na sua comunicação.
Ofereça personalização: produtos personalizados têm um valor percebido maior. Por exemplo, oferecer a opção de bordar o nome da criança no sapatinho pode justificar um preço mais alto.
Embalagem atraente: uma embalagem bonita e bem apresentada pode aumentar a percepção de valor. Pense em incluir uma tag que conte a história do seu produto.
Experiência do cliente: oferecer um atendimento excepcional e uma experiência de compra memorável também agrega valor. Considere enviar um bilhete de agradecimento junto com o produto.
A era digital trouxe novas oportunidades para os artesãos. Utilize plataformas online para divulgar seu trabalho e alcançar um público maior. Considere:
Agora que você tem as ferramentas necessárias para calcular o valor da sua hora de trabalho e precificar suas peças feitas à mão, é hora de agir! Siga estas dicas e prepare-se para conquistar mais clientes e realizar mais vendas, usando nossos produtos, é claro.
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